Paracuca

"O meu objectivo é fotografar a Ponte Vasco da Gama de todos os ângulos e a todas as horas" - foi esta a declaração apaixonada que a Gaby fez perante o grupo e que nos levou a estabelecermos de imediato uma boa empatia por ela.
Mais tarde, num outro encontro, a Isabel pediu-lhe ansiosamente:
fotografado por Gaby

- "Leva-nos, outra vez, a comprar os amendoins"

Fiquei intrigada com o pedido, não tinha estado na outra altura com o grupo. Mas o pedido da Isabel soou a apelo e o seu sorriso simpático não me deixou dúvidas que uma experiência interessante poderia estar a surgir.
Com aquela descontracção e determinação de quem tem raízes em Moçambique, a Gaby levou-nos até "ao mercado"...
Cada um de nós saltitou de entusiasmo e comprou um saquinho de amendoins. O meu saquinho permaneceu intacto, até hoje - a experiência tinha sido muito interessante portanto aqueles amendoins torrados ao sol teriam de ter um destino especial.

Pensei  fazer inúmeras receitas com estes amendoins, confesso. Mas, como sabem, ando um pouco arredada da cozinha.


Nesta época natalícia torna-se obrigatório estarmos, uma vez mais, com os nosso amigos e foi a Fernanda que, ao presentear-nos  com paracuca deu-me uma  ideia .

- Paracuca!!! o que é isso??!! - perguntámos todas, enquanto tínhamos o nosso "marmitanço" de Natal
- Paracuca é feito com jinguba!- respondeu-nos com o seu ar sempre calmo, selecto, mas ao mesmo tempo travesso.

A risada foi geral e continha a ignorância de quem não entendeu a explicação.

- É um aperitivo de Angola, a minha terra natal - esclareceu calmamente a Fernanda .

Hoje, ao pensar que presente havia de dar a um amigo meu, que tem muitas saudades de África, coloquei em prática a receita da Fernanda e fiz Paracuca JJ

Aqui fica a receita, tal e qual a Fernanda me deu (o resultado é que não foi aprovado pela amiga mas se forem aqui terão a aparência genuína JJ

Paracuca


"
2 medidas de jinguba (amendoim) com película
1 medida de açúcar
1/2 medida de água

Forrar um tabuleiro com papel vegetal e reservar;
Juntar o açúcar e a água  num tacho. Mexer para dissolver.
Acrescentar a jinguba.
Levar a lume brando sem mexer com colher.
Ir abanando o tacho de quando em quando.
Quando o açúcar começar a "prender" e a ficar areado, soltar do tacho com a colher e deitar no tabuleiro forrado papel vegetal.
Deixar arrefecer destapado e completamente antes de embalar (senão a jinguba fica mole; eu costumo fazer à noite e só no dia seguinte é que embalo)."
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